Pés descalços

De pés descalços na beira da cama, refletindo o decorrer do dia que se antecedeu, buscando uma solução para os problemas, ouvindo os pensamentos de uma ironia qualquer.

Ando até a janela onde observando os fatos do decorrer de um dia que esta apenas começando, respirando o mais fundo que meus pulmões podem aguentar, tomando coragem para seguir em frente e espantar a preguiça que ainda me arrasta para o conforto dos entrelaçados lençóis em minha cama.

Inconsciente dos meus atos, meus pensamentos voam me levando, me guiando por um caminho perdido e obscuro, sem sentido, numa imensidão do nada, num mar de lugar algum, sem luzes, sem vozes, só o som do silêncio, cercado um vazio infinito.

Num universo nú de sabedoria, buscando uma brecha iluminada para poder escapar dessa prisão agoniante de trevas. Querendo entender o porque dessa confusão de entendimento. Levando solavancos da vida perdida, tropeçando nas curvas dessa estrada sem noção do que esta por vir e sem lembrar do que passou desejando um destino melhor pra mim.

Dobro meu joelho, junto as palmas de minhas mãos delicadamente como um carinho em mim e rezo!

Já em pé ainda despertando vagarosamente como uma névoa a se dissipar diante dos meus olhos, vejo surgir os mesmos caminhos, à resolver os mesmos problemas e estar com as mesmas pessoas. É a rotina de uma vida que passa diante de meus olhos como pés descalços perdido em lugar nenhum, sem entrada e sem saída. Um labirinto de promessas interrompidas, problemas inacabados, sem um guia para me encontrar.